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domingo, 10 de maio de 2009

Exercitando a motivação

Em períodos de turbulência e de orçamentos limitados, os gestores têm papel ainda mais decisivo no ânimo da equipe

Em um período de adversidades, em que as empresas apresentam resultados menores do no ano passado e a previsão de pagamento de bônus é mais enxuta para este ano, é hora de exercitar a motivação. No início do ano, em seminário para investidores nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a atual crise, para ele, era uma oportunidade e uma fonte de motivação. É esse, basicamente, o pensamento que as empresas tentam repassar aos funcionários.
O tema está em alta entre os gestores, que buscam dar injeções de ânimo nos funcionários com diferentes ferramentas: palestras, treinamentos, conversas francas com a equipe e até experimentando técnicas alternativas, como o teatro. Consultor da Corporativa Brasil, Márcio Silva, por exemplo, se dedica a palestras motivacionais e viu dobrar o número de atividades nos últimos meses.
– Desde janeiro, estamos fazendo de 10 a 15 palestras por mês. Antes, a média era de cinco a oito – revela Silva.
Na área de vendas e mesmo no atendimento aos clientes, a motivação tem reflexo direto no faturamento, e o ânimo da equipe pode reforçar o caixa. Na rede de bistrôs Bela Gulla, a opção para estimular os colaboradores que atuam com o público foi por aulas de teatro. Desde o início do mês, para melhorar a performance, cerca de 150 funcionários se tornaram alunos do ator Zé Adão Barbosa. Paula de Souza, gerente de uma unidade na Capital, já vê diferenças no trabalho do grupo:
– A atividade contribui na postura, na maneira como falar com o cliente, e isso ajuda a acertar o comportamento na hora da venda.
Inspiração para o trabalho, porém, também pode vir de forma simples, com uma conversa esclarecedora com os colaboradores, pedindo o engajamento e demonstrando a real situação da empresa, segundo Márcio Campos, psicólogo e mestre em administração, professor da Fundação Dom Cabral.
O passo seguinte é ouvir a contribuição dos empregados. Ao abrir espaço para que falem, a empresa cria um ambiente de aprendizado. A terceira etapa é acolher e implantar as boas sugestões, para que isso sirva de estímulo a novas colaborações. Individualmente, complementa o psicólogo, cada um tem seu trabalho a fazer, como criar um projeto de vida que transcenda o dia a dia. Tanto na vida profissional quanto na pessoal.

dionara.melo@zerohora.com.br

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